quarta-feira, 9 de abril de 2014

Nova pesquisa do Arariboia Rock

Divulgamos a nova pesquisa para entender quem são e como consomem os músicos. A apresentação aconteceu numa reunião extraordinária do AR no ICG (fotos abaixo).















Arariboia Rock divulga 2ª pesquisa com músicos e aponta as principais dificuldades dos músicos fluminenses

O movimento Arariboia Rock divulgou nesta terça-feira a segunda pesquisa com as bandas do Leste Fluminense, sobretudo Niterói, São Gonçalo e Itaboraí. Entre as principais contestações é a de que há um “ciclo vicioso” relacionado entre a dedicação ao ofício e a falta de oportunidades para se apresentar ao vivo.

“Quase 50% dos grupos disseram ensaiar apenas de 1 a 3 vezes por mês, a maioria nos finais de semana. Logo, não conseguem desenvolver rapidamente a aptidão e o repertório”, explica o coordenador geral Pedro de Luna. “Ao mesmo tempo, não ensaiam tanto por que não há motivação. Vão gravar para quê se o mercado fonográfico não é mais tão atraente e não há espaços para fazer shows?”. Quase fazendo uma mea culpa, metade dos entrevistados respondeu que, por essas e outras, a maioria das bandas independentes não é musicalmente tão boa para atrair o público.

De fato, 79% das bandas que participaram da pesquisa não conseguiram fazer sequer um show por mês, ou seja, menos de 10 apresentações em 2013. No ano em que o Arariboia Rock vai comemorar 10 anos de vida, Pedro e equipe vêm os números com preocupação. Afinal, apenas 37% dos shows realizados pelas bandas no ano passado foram na cidade que pariu o movimento.

“Há cada vez menos espaços, principalmente em Niterói, onde a Cantareira não reabriu, o São Dom Dom fechou e o Convés só aluga o espaço, sem promover os eventos”, explica Luna. “Daí a gente vir buscando alternativas como o sarau mensal em Icaraí e a parceria com a Prefeitura de São Gonçalo para eventos na rua”. Os números mostram que há necessidade de ações imediatas, como incentivos a casas que incentivem a música autoral e a volta de projetos como o Rock na Pista, que em 2008 promovia três shows a cada sexta-feira em praças e pistas de skate de Niterói. “Foi o melhor momento do rock na cidade”, lembra Pedro.

Ainda que o cenário não seja dos melhores, sempre pode piorar. Das centenas de bandas hoje em atividades, a grande maioria ensaia em estúdios pagos. Se elas forem encerrando a carreira, esses estúdios perderão clientes, bem como as lojas de equipamento musical e outros elos da cadeia produtiva. “Os comerciantes do segmento precisam entender que, se eles não apoiarem as iniciativas, em breve aquelas pessoas não comprarão mais seus produtos, por que não estarão mais tocando”, alerta o gestor cultural.

Ainda que não esteja contemplada na pesquisa, outra preocupação do Arariboia Rock é com a ausência de canais de mídia para mostrar o trabalho das bandas. “Claro que existe a internet e a Rádio Cidade voltou, mas a nível municipal, ou mesmo regional, uma emissora de TV e de rádio focada no conteúdo e no espectador local faz muita falta. Ela daria a visibilidade para as pessoas certas, que moram nas cidades aonde acontecem os shows em questão”. Pedro diz que esta questão foi muito discutida na Conferência Municipal de Comunicação, em 2009, mas que até agora nenhuma ação concreta saiu do papel.

Enquanto nada muda, o Arariboia Rock segue com a sua luta. No próximo dia 12 estará apoiando o show da banda Matanza em São Gonçalo, e no dia 26 realiza a quarta edição do Sarau Alternativo em parceria com a loja The Kings Tattoo, em Icaraí. O festival que é realizado pelo movimento foi indicado ao prêmio da Secretaria Estadual de Cultura, cuja cerimônia acontecerá no início de maio.

      OS PRINCIPAIS NÚMEROS DA PESQUISA
       75% tocam por hobby (35% para expressar a sua arte, 28% para se divertir e 12% para gravar);
       88% ensaiam pouco menos de duas vezes por semana, a maioria em estúdio pago, à noite e nos finais de semana;
       79% fizeram menos de 10 shows no ano passado;
       37% dos shows foram em Niterói, SG e Rio vêm com 27% cada;
       38% alegam que faltam lugares e oportunidades ;

       49% dizem que bandas independentes não são muito boas e não atraem público;

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